segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Cap 7 da fic ^^

Cap 7: Perigosamente Amigável

              Desde o dia em que Ronald Weasley passara naquela casa, Draco estava cada vez mais tenso. Hermione ainda não sabia da notícia de que Harry Potter estava morto e Draco não dissera nada. Os rádios daquela casa estavam todos desligados e Draco sabia que, se por ventura Hermione os ligasse, Ronald proibira que noticiassem a morte de Harry. As pessoas precisavam acreditar que alguém lutava por elas, senão iriam perder todas as esperanças e, assim, os comensais teriam mais acesso às suas vidas.

                Draco estava sentado no sofá e Hermione estava na cozinha. Ela havia dito que faria um lanche para os dois. Draco ponderou se estavam se aproximando demais, porque não sabia se era capaz de protegê-la durante a guerra, e Hermione parecia gritar fragilidade agora. Não percebeu quando ela voltou, mas ela logo estava sentada ao seu lado e havia uma bandeja em cima da mesinha de centro.

                — Ora, Draco, está distraído hoje. — ela disse, e sorriu. E desde quando ela o chamava de Draco? Talvez a ausência de seu namorado estivesse lhe fazendo mal.

                — Não é nada, eu estava pensando... — ele disse, pensativo. Hermione pegou um dos biscoitos que trouxe.

                — No que estava pensando?

                Draco parou um instante. Não iria contar a ela que Harry Potter estava morto, aquilo acabaria com tudo que sobrara na garota. Hermione ainda esperava por uma resposta, paciente, comendo biscoitos. Draco respirou fundo, e resolveu dar a resposta que sempre deu:

                — Eu estava pensando nos meus pais... — disse, com a mesma máscara de tristeza. Não era difícil armar aquela mentira.

                — Ah, Draco, eu sinto muito. — Hermione disse, largando o biscoito que comia e passou um dos braços pelo ombro de Draco. Draco pensou que Hermione era ingênua demais.

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Ficaram sentados vendo televisão, Draco já estava acostumando-se a usar o aparelho trouxa, e até gostava de assistir a alguns programas. Com a hora do jantar aproximando-se, Hermione levantou-se e dirigiu-se à cozinha e Draco seguiu-a, era essa a rotina monótona que fazia a aproximação dos dois se tornar perigosamente amigável.

Hermione apenas esquentara a comida pronta que comprara no mercado no dia anterior, enquanto Draco arrumava a mesa para a refeição. Nenhum dos dois falava, eram cúmplices em suas dores. O silencio contribuiu para aumentar o susto, pois naquele exato momento, um amontoado de penas bateu na vidraça da cozinha, fazendo os dois pularam.

- Fique ai, Granger – dissera Draco andando em direção a janela.

- É melhor que eu verifique, eu tenho uma varinha. – dissera Hermione apreensiva, como se fosse a coisa mais obvia a se dizer.

Mas Draco não dera ouvidos ao que a garota dissera, andou em passos largos até a vidraça, que se encontrava fechada, parou em frente a ela, analisando a situação. Estava com medo, não podia negar, e se fosse alguma arma de Voldemort? Mas ele tinha que fazer isso, prometeu proteger a Granger, ele lhe devia isso, quem mais o acolheria? Ela fora boa para ele, e ele devia retribuir o favor.

Abriu a janela de supetão, esperando que algo o acontecesse, uma explosão, ou jatos verdes vindo em sua direção, pelo menos... Nada. Resolveu colocar a cabeça para fora da janela, e quando o fez, vislumbrou uma pequena coruja, que se encontrava caída logo abaixo do parapeito. Trazia amarado em sua perna, um embrulho comprido e fino, “Uma varinha” pensara Malfoy pegando a coruja com cuidado, mas ao mesmo tempo receoso que algo acontecesse.

- O que é? Diga Malfoy! – falou a garota irritada.

- É uma coruja, e acho que ela me trouxe uma varinha. – informou-lhe Draco segurando a corujinha com uma das mãos, e com a outra fechando a janela.

- Pichí! – Gritou Hermione, exasperada. – Ron fez você trabalhar mais que um elfo doméstico lhe mandando voar até aqui!

- É só uma coruja, Granger. Ela tem que fazer o que o dono mandar, assim como os elfos domésticos. – respondeu Malfoy com um tom entediado, desamarrando o embrulho da pata de Pichí.

Hermione lançara-lhe um olhar de puro nojo e indignação, digno dos tempos em Hogwarts, enquanto levantava o pequeno animal e o colocava empoleirado no encosto de uma cadeira. Encolerizada, virou as costas para Draco e andou até o armário procurando alguma bolacha ou biscoito que pudesse dar à Pichí.

Enquanto isso, Draco rasgava o embrulho, e pegava o que seria a sua nova varinha. Era estranho segurar uma varinha que não fosse a sua antiga, mas era a única que ele poderia ter no momento. Dês de que viera morar com a Granger, tinha se contentado com pouco, já estava se acostumando.

Enrolado a varinha havia um bilhete, Draco pegou-o e o leu em voz alta para que Hermione também ouvisse as palavras de Ron.

“- Essa varinha pertencia a algum Black, a encontramos no sótão da Ordem, dentro de um antigo baú ainda estava dentro da caixa”. Achamos que poderia ser uma reserva, caso aconteça algo com os Black. É de carvalho e fibra do coração de dragão, tem vinte e três centímetros e meio, pouco flexível. Espero que a use única e exclusivamente na proteção de Hermione.

R.W.”

Ao terminar o bilhete, Draco segurou a varinha mais firmemente na mão. Ela havia sido comprada para um Black, um parente distante. Não fazia seu estilo, mas teria que se acostumar com ela.

- Ele não mencionou nada sobre Harry? – perguntara a garota com um nó se formando na garganta.

- Não.  – respondera secamente Malfoy.

- Teste. – dissera Hermione, ainda um pouco irritada, apontando para a varinha na mão de Draco.

Draco apontou a varinha para o teto, e murmurou ‘Accio carteira’, alguns segundos depois, o objeto apareceu voando em sua direção, mas mudou de rota no último segundo, chocando-se contra a nuca de Hermione, que estava totalmente despreparada, derrubando-a no chão.

Imediatamente Draco explodiu em gostosas gargalhadas, o que deixou Hermione completamente chocada, tanto que a garota nem conseguira ficar nervosa com o loiro. Malfoy rira tanto do tombo de Hermione que algumas lágrimas até escapavam por seus olhos. Não era aquele sorriso debochado da época em Hogwarts, era espontâneo, verdadeiro.

Quando se recuperou de seu ataque de risos, -Hermione ainda estava caída - ele, surpreendentemente estendera a mão para ajudar-la a se levantar, o que deixou a garota ainda mais espantada, desconfiada aceitou a ajuda.

- Não é muito educado rir do tombo das pessoas. – repreendeu Hermione, a incredulidade dando lugar a uma pontada de aborrecimento.

- Me desculpe, - Draco apressou-se a dizer – é que foi realmente engraçado.

- OK. Mas nunca conjure objetos afiados quando estiver com outra pessoa por perto.

A tentativa de fazer piada de Hermione provocara um novo ataque de risos em Malfoy, deixando-a incrédula mais uma vez.

- Eu perdi alguma coisa? – perguntara Hermione.

- Não sei do que você está falando, Granger. – respondera o garoto pegando a carteira do chão, ainda controlando o riso.

- Acho melhor você responder a carta de Ron. – disse a garota saindo da cozinha, e alguns instantes depois voltando com uma pena e um tinteiro.

- Pode ser. – queixou-se Malfoy, fazendo cara feia.

Draco não sabia como começar uma carta a Ron, nunca pensara na possibilidade de enviar algo a um Weasley. “Obrigado pela varinha”, começou, “Não faz o meu estilo, mas acho que servirá. Fique tranquilo, irei usá-la apenas na proteção de Hermione“.

O bilhete ficara pequeno, mas Draco não conseguira escrever mais nada nele. Com uma tira de couro, amarrou o papel à perna da corujinha que estava eufórica.

- Volte para o Weasley. – disse a coruja. Ela pareceu entender, pois no mesmo instante começou a se debater nas mãos de Draco, querendo voar. Ele abriu a janela, e Pichí se foi.

Tiveram um jantar anormalmente quieto, Hermione não parava de olhar para Draco, como se estivesse analisando-o, receosa de que ao menor movimento seu, Malfoy explodisse em risadas novamente.

 - O que foi? – perguntou o loiro, já aborrecido com os olhares que a garota o lançava.

- Não é nada. – disse Hermione voltando a sua atenção para o seu prato.

- Não minta para mim, Granger. Agora eu tenho uma varinha, posso facilmente fazer você falar a verdade. – disse Malfoy, o costumeiro sorriso canalha nos lábios.

- Você não vai fazer nada a mim, Malfoy. É bonzinho demais para isso.

- Eu? Bonzinho? – repetira o rapaz incrédulo com o que acabara de ouvir. – Eu era um Comensal da Morte! Eles não são bonzinhos! – dissera o garoto exasperado.

- E eles não levam tapas de garotinhas, não é?

- Mas isso não tem nada a ver! – era Hermione que ria agora, e aos poucos, seu riso contagiou Malfoy.

Ficaram rindo por algum tempo, mas, quando as risadas pararam, um silêncio incômodo invadiu o local.

- Você já terminou? – perguntou Hermione apontando para o prato e Malfoy.

- Ah, já sim.

Hermione tirara a mesa e começara a lavar a louça, Draco postou-se ao seu lado com o pano de pratos em mãos.

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Um novo dia amanhecera como os outros, calmo, límpido e frio. A Hermione levantara-se cedo, e fora arrumar o café da manha. Draco levantara-se logo em seguida, e fora ajudar-la.

- O que faremos hoje? – perguntou o loiro, ainda sonolento.

- Acho que vou limpar a casa, já faz um tempinho que não faço isso. – respondeu Hermione para a total indignação de Malfoy.

- Mas... Mas... Você já fez isso na semana passada, porque fazer de novo agora? Espere mais um tempo. - disse Draco tentando convencer a garota. – eu não quero ter que limpar chão de novo, não é trabalho para mim! – A final, ainda restara um pouco do antigo orgulho Malfoy em Draco.

Hermione tinha que concordar com isso. Draco Malfoy não servia para trabalhar duro. Mas, vê-lo limpando uma casa, era uma coisa realmente divertida de se presenciar.

- Você está com medo de limpar um chãozinho de nada? – dissera Hermione com sarcasmo. – Mas fique tranquilo, como você agora tem uma varinha, nós poderemos limpar tudo com magia.

Bem mais calmo, Draco terminara seu café e fora ajudar Hermione.

Mesmo com o auxilio das varinhas, a limpeza foi um completo desastre. Draco não sabia realizar os feitiços domésticos tão bem quanto Hermione. Atrapalhou-se duas vezes com o balde cheio d’água, e em outra vez derrubou todos os livros que estavam em uma estante com um feitiço Expulsório, enquanto perseguia uma aranha.

 Terminada a limpeza, Hermione fora fazer algo para almoçarem, dizendo que Draco poderia ficar descansando. (“Não quero nenhum móvel ou livro destruído. Não saia dessa cozinha, Malfoy!” Hermione o alertara.)

                Draco sentou-se à mesa, e ficou tamborilando os dedos na mesa, enquanto ouvia Hermione cantar algum sucesso de uma banda trouxa. Embora ele estivesse prestando mais atenção do que o recomendado em Hermione, ele não queria ter que encará-la. Ele queria, sim, estar lá fora lutando, porque qualquer coisa seria melhor do que ver a esperança nos olhos castanhos da ex-inimiga e saber que o motivo daquela esperança estava morto. Saber que ele não podia fazer nada, porque ele não significava nada. Porque Hermione e ele jamais seriam amigos, porque Hermione e ele jamais seriam iguais. E ele não sabia exatamente por que, mas saber daquilo, dar-se conta daquele fato, doía.

                E, Draco sabia, fatos não mudam.

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Comunicado.
Devido a demora, e o nao cumprimento do prazo, nós resolvemos que nao haverá mais prasos. Nós postaremos quando der... E se nao gostou, problema seu u.u
Esse cap foi escrito por Barbara e Amanda, uma teve que ajudar a outra. A Barbara começou escrevendo, mas nao conseguiu terminar, e eu continuei, mas os dois ultimos parágrafos sao dela.

2 comentários:

  1. muito bom este capitulo gostei e a outros membros comentem nao custa nada, vocês coementando ajudaram ao blog, e nao caira os dedos rsrs

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  2. Isso mesmo Braulio, é isso que tentamos dizer os leitores ;D
    Obrigado pelo comentário, e pelo elogio.

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